Sunday, June 22, 2008

i still wonder

escrever

Sem nada para dizer,
deixo-me sem nada para escrever.
E assim sem saber o que fazer
pois é ali que tenho prazer.

E sempre vai acontecer,
e nunca vou ter como saber,
as mãos ficam a tremer,
pensamentos a transparecer

a vontade de renascer.
De voltar a fazer aparecer
as palavras que me fazem viver.
Nunca me vou deixar morrer.

Poeta sempre irei ser.

Thursday, June 19, 2008

Monday, June 16, 2008

"Across The Universe"

Words are flowing out like endless rain into a paper cup,
They slither while they pass they slip away across the universe
Pools of sorrow, waves of joy are drifting through my opened mind,
Possessing and caressing me
Jai guru de va om
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world
Images of broken light which dance before me like a million eyes,
They call me on and on across the universe,
Thoughts meander like a restless wind inside a letter box they
Tumble blindly as they make their way
Across the universe
Jai guru deva om
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world
Sounds of laughter, shades of earth are ringing
Through my open ears inciting and inviting me
Limitless undying love which shines around me like a
million suns and calls me on and on
Across the universe
Jai guru deva om
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world
Nothing's gonna change my world
Jai guru deva

Thursday, June 12, 2008

eternal sunshine...


...of the spotless mind











Clementine: What took you so long?
Joel: I just walked in.
Clementine: Do you miss me?
Joel: Oddly enough, I do!
Clementine: You said "I do" - I guess that means we're married!
Joel: I guess so!






Joel: Hi.
Clementine: Hi. Didn't figure you'd show your face around me again. I guess I thought you were... humiliated. You did run away, after all.
Joel: I just needed to see you.
Clementine: Yeah?
Joel: I'd like to, um... take you out, or something.
Clementine: You're married.
Joel: Not yet, not married. No, I'm not married.
Clementine: Look man, I'm telling you right off the bat, I'm high-maintainance, so... I'm not gonna tip-toe around your marriage, or whatever it is you've got goin' there. If you wanna be with me, you're with me.
Joel: Okay.
Clementine: Too many guys think I'm a concept, or I complete them, or I'm gonna make them alive. But I'm just a fucked-up girl who's lookin' for my own peace of mind; don't assign me yours.
Joel: I remember that speech really well.
Clementine: I had you pegged, didn't I?
Joel: You had the whole human race pegged.
Clementine: Hmm. Probably.
Joel: I still thought you were gonna save my life... even after that.
Clementine: Ohhh... I know.
Joel: It would be different, if we could just give it another go-round.
Clementine: Remember me. Try your best; maybe we can.






Clementine: You know me, I'm impulsive.
Joel: That's what I love about you.











Clementine: I'm gonna marry you... I know it!
Joel: Ummm... okay...

Thursday, June 05, 2008

escolha

sempre, nunca

talvez...

sempre!

é a vontade de mim,
é o que sonho,
de criança
até adulta

chegou a hora
é agora ou nunca
é agora! é sempre

sempre quis
sempre esteve
sempre foi

sou eu,
completa
sou eu,
inteira

já não é sonho só
é vontade por inteiro
necessidade, como piscar os olhos
se deixar de o fazer secam!

e estas veias não secam!
esta força não pára
é tudo em mim, fora de mim

que jorra, contra estas paredes
deito abaixo todo o fugir
que não aguentam mais as pernas
de correr, tentar não encontrar

mas encontra-me!
sempre me encontra!
por caminhos esquivados
sempre volta a por-se ali

tão perto agora
tão inteiro que parece sonho.
e é sonho,
meu sonho
de sempre!

que a escolha torna agora
verdade, realidade
a escolha única
o caminho certo

sempre!

Monday, May 12, 2008

O Sósia velhinho de Jorge



O dia era 8 de Maio.
O local, comboio destino Sintra.
Ao reparar num grupo de americanos seniores que estava do meu lado direito.
Da conversa nada ou pouco ouvi, de headphones na cabeça e música bem alta.
Mas mesmo assim, não contive o olhar num dos senhores.
A familiaridade dos traços de sua cara era inconfundível, e como se numa máquina do tempo tivesse entrado, estava a ver o tio! O tio Jorge Ryder. Admirável tio Jorge com 90 anos... Não aguentei, e depois de uma viajem na hesitação de tirar ou não provas vistas de que tal senhor tenha sido visto, discretamente peguei no telemóvel (bendita tecnologia) e "snap snap", tirei fotografias.
Hei-las e digam vossa justiça.
É ou não é?

Monday, April 21, 2008

História do tempo

E foi assim... veio um dia, qualquer, sem escolha,
ficou por ali: Não me apetece!
Ah! foi bom dizer basta, senti-lo cá dentro.
Porque no fundo sempre o quis dizer.
Antes do começo já pensava no seu fim,
sou mais do que isto, não me contento se for assim!
Agora vou mais longe, vou para longe,
vou ficar longe.

Agora sim!

E os que mais vierem, não sonhem tanto...

No final só fica um...

Um sonho realizado...
Um beijo bem dado...
Um coração inteiro...
Um poema acabado.

E da vida chega a morte,
que longe fica a cada instante,
porque imortal fica meu corpo
que marca deixa, significante!

E a voz que soa de mim, deixa seus berros no silêncio.
Na fraqueza encontro a força, que faz seguir
Em frente!
Em frente! Grita quem manda
Manda em mim, no eu, no sou!

E és. És quem dizes ser. Sempre serás.
Que passados não há, e futuros... quem sabe?
Quem veio ficou. Não se vê mas está lá.
De pés, para cavalo, para carroça, para avião...
Quem sabe um dia um foguetão?

Sim, a isso se diz evolução.

Mas o chá ainda se bebe.
Os dedos ainda se contam.
O calor ainda aquece, e o frio arrefece.
Longe de lá, mas muito perto de mim.

Bem perto de mim.
Em mim.
No branco, num todo.
E nestes 10 dedos de mãos
conto os 100 anos que vivo.

Monday, March 24, 2008

Monday, March 17, 2008

sem marcas nas mãos

A felicidade que se concentra em mim...
retirando as palavras das minhas mãos,
esbarrando com o desgosto de escritor.
O vazio da escrita, o papel em branco.
E à falta de letras, os pensamentos,
inundam cá dentro, por dentro
no silêncio de tanto não escrito.
Poeta nasce poeta, morre poeta;
e sem poesia no momento, neste
momento de objectivos a pegar,
concretização a demonstrar,
e as palavras a esconderem-se
mais e mais, dentro, não escrevo,
só penso. E poeta silêncio fico.
Das frases que rasgo no papel
são lágrimas de sal a mais,
doce a menos, e o amargo condensa
deixando o inútil surgir.
Papel no lixo, caneta caída,
papel em branco, em branco,
o choro seco de inspiração sumida.
Mais uma vez, este desespero
de poeta falhado, escritor sem dom,
humano mortal, um cargo no escuro...
Poeta nasce poeta, morre poeta,
sempre poeta.

Tuesday, February 26, 2008

o vaziu de uma lágrima rasgada
sem batidas no peito
a pele clareia
um último suspiro
e num corpo deitado
o eterno dormir
o eterno dormir

...o eterno dormir

Friday, January 25, 2008

a me

I love you,
get grumpy when you're away.
And I feel blue,
even if only for a day.

I do not wish to tell,
to worry the loved man.
So when I'm not so well,
I hide inside and span.

Thursday, January 17, 2008

SLOW DANCE

Have you ever watched kids
On a merry-go-round?
Or listened to the rain
Slapping on the ground?

Ever followed a
butterfly's erratic flight?
Or gazed at the sun into the fading
night?

You better slow down.
Don't dance so fast.
Time is short.
The music won't last.

Do you run through each day
On the fly?
When you ask How are you?
Do you hear the reply?

When the day is done
Do you lie in your bed
With the next hundred chores
Running through your head?

You'd better slow down
Don't dance so fast.
Time is short.
The music won't last.

Ever told your child,
We'll do it tomorrow?
And in your haste,
Not see hissorrow?

Ever lost to uch,
Let a good friendship die
Cause you never had time
To call and say,"Hi"

You'd better slow down.
Don't dance so fast.
Time is short.
The music won't last.

When you run so fast to get somewhere
You miss half the fun of getting there.
When you worry and hurry through your day,
It is like an unopened gift.. Thrown away.

Life is not a race.
Do take it slower
Hear the music
Before the song is over.

Dear All: PLEASE pass this mail on to everyone you know - even to those you don't know! It is the request of a special girl who will soon leave this world due to cancer.This young girl has 6 months left to live, and as her dying wish, she wanted to send a letter telling everyone to live their life to the fullest, since she never will. She'll never make it to prom, graduate from high school, or get married and have a family of her own.By you sending this to as many people as possible, you can give her and her family a little hope, because with every name that this is sent to, The American Cancer Society will donate 3 cents per name to her treatment and recovery plan. One guy sent this to 500 people! So I know that we can at least send it to 5 or 6. It's not even your money, just your time!PLEASE PASS ON AS A LAST REQUEST.
Dr. Dennis Shields, Professor
Department of Developmental and Molecular Biology
1300 Morris Park AvenueBronx , New York 10461

Saturday, December 15, 2007

Momento

O metro. Um dia em que não se paga bilhete, Tratado de Lisboa. Para ela um dia como os outros.
O frio é digno de manter as golas do casaco para cima e as mãos nos bolsos enquanto espera, em pé perto do banco ocupado por um bando de miúdos e miúdas de liceu, muito provavelmente do Maria Amália.
Concentrada no chão, e alheia, até ao momento, à conversa do lado.
- “Aquele que faz o Control, sabes?…”
- “Sam Riley” interveio ela.
- “Desculpa!?” diz a miúda com ar de “quem és tu?”.
- “Sam Riley. O actor que faz de Ian Curtis no Control é o Sam Riley.”
Um silêncio acompanhado por olhos fixos nela, que já se concentra no chão outra vez. A conversa continua. E sentindo-se observada volta a olhar para o banco. O miúdo sentado na ponta continua a olha-la. Ela olha de volta. Ele sorri, ela responde, ele pisca-lhe o olho. Um sinal toca “Destino Baixa-Chiado”.
Ela aproxima-se da linha, o metro vai chegando. Um toque no braço.
- “Olá… Diogo” e estende-lhe a mão.
- “Sofia”
- “Gostas de Joy Division, deu ‘pra ver”
- “Gosto mais de cinema”
As portas abrem. Ela entra e encosta-se, não se senta.
- “Mas gostei da tua resposta”
- “Pede desculpa à tua amiga, não foi por mal”
- “E gostaste do filme?”
- “Muito, porque também já gostava da banda”
- “Mas gostas mais de cinema…”
Ela ri.
- “Eu conheço a tua cara” diz ele
- “Acabaste de estragar o pequeno momento”
Ele ri. – “Mas é verdade. Não andas na E.P.C.I.?”
A coincidência.
- “Andei, mas não te lembrarias de mim, já passaram uns anos”
- “Eu vi-te lá, há pouco tempo”
- “Boa memória! Tens razão, fui lá”
- “Vi-te passar, pelos vistos fixei a tua cara. Também não seria de estranhar…”
- “Não estragues segunda vez o momento”
Ele ri. – “ Costumas lá ir muitas vezes?”
- “Estás com azar. Nunca lá vou, fui só tratar de um assunto para não ter de voltar”
As portas abrem. Um berro.
- “Diogo! ‘Bora!”
- “Sofia, gostei. Talvez eu não tenha tanto azar assim.”
- “Adeus”
- “Até uma próxima” sorri e pisca-lhe o olho.
As portas fecham e eles olham um para o outro, uma última vez.

Saturday, December 08, 2007

Finding the lost Poem

Everything has its meaning.
Out of the blue the fat lady sings.
The cow, I saw the cow flying over the moon.
Oh well, it did look like one.

Time, never could define the meaning of that.
For me, it’s just a word.
Time does not pass by immortal souls.
And freedom sets in.

The playground opened.
The swig fixed by the old man, the grass is green.
The children can play now in peace.
Take that frown off your face, give me a smile.
There you go with that beautiful laugh.
Truly precious.
I would give everything for it.

Her hands scented like a thousand roses,
Her lips with the taste of passion fruit.
And her skin, her body, no flower nor fruit in the world
Could achieve such eloquent scent, no smell more sublime.
Her hair looked soft, fresh and untouched by any given hand.
Purity surrounds this divine creature of the heavens.
Subtitled by the marvels of the earth it self.

All moves slowly.
Clear and revealed to eyes in sight.
Rivers filled with life, spirited.
Savaging in full grace and pleasant contemplation
Of drops of rainy clouds from eternal blue skies.

The beats of loved hearts substitute the tears of sad
Moaning faces. And melted fairness on the rocks.
With blueberry apologies of untrue spoken words,
Caring for any broken chain.
The sweet and tender have given all in.

Do not rush, for any given Sunday is yours.
Do not blush, for any given word is felt.
Do not touch, for any given move is in your arms.
Do not much, for any given dream is here.

Tuesday, December 04, 2007

the Like


"June Gloom"



Sunsets lost in
Skies of hazy greys
June gloom sets in
Puts me in a daze
Nothing changes
All we do is wait
Our heads hanging
Shaking in dismay
Cuz everyone's afraid


Looks like the end of days
But it takes so much more
For anyone to say
We need another way
But if we wanted one
We'd do it just the same


Winter's coming
Still we're soaked in sun
Summer somehow
Split us one by one
Days are darker
Than they've ever been
But who could tell when
Summer never ends
(we've capsized in our end)


Looks like the end of days
But it takes so much more
For anyone to say
We need another way
But if we wanted one
We'd do it just the same


Words don't change a thing
Sun disguises darkness
Wish that I could save you
Wish that I could stop this


Looks like the end of days
But it takes so much more
For anyone to say
We need another way
But if we wanted one
We'd do it just the same

Tuesday, November 20, 2007

Editors











Foi na sexta passada, dia 16, no estádio do Restelo. E só agora para relembrar. O concerto foi brutal!
Esta banda britânica de indie rock, que vem de Birmingham, Inglaterra, deixou-me completamente rendida. Já era conhecedora da sua música, tanto do primeiro álbum "The Back Room" (2005), como do último "An End Has A Start" (2007) que reinou no concerto, mas nunca os tinha visto em palco.
A banda é composta por Tom Smith (letrista/vocalista/guitarra e piano), Christopher Urbanowicz (guitarra), Russell Leetch (baixo), e Edward Lay (bateria).

Um espectáculo! A maneira extravagante como Tom Smith se movia, subia para cima do piano, é apaixonante. Os outros membros, mesmo não sendo tão espalhafatosos, fazem da música o que ela é, muito boa.

Referindo mais uma vez o vocalista, não é de admirar que seja para eu me apaixonar, sendo que a sua forma de cantar já foi comparada com Ian Curtis dos Joy Division, Robert Smith dos The Cure, Michael Stipe dos REM, e recentemente com Paul Banks dos Interpol.

Estes rapazinhos de 26 anos estão em alta, com um longo caminho pela frente de sucessos e espectáculos, espero voltar a vê-los, e que continuem a fazer boa música sempre.

Monday, November 19, 2007

breath

I absorb everything around me, in the world, right into my life…
I overload my self!

Saturday, November 17, 2007

An inspiration numbing my senses

I sit in silence. My fingers crawl up in my hands. What is the purpose?... what is the purpose.
I sit in silence. Get caught up in my thoughts. The swift of silence in me, dropping on me. The voice of control, fought against my gesture of captivating the blow of integrity.
And the shifting characters passing by, the lives within my soul. The inexpressive face, the never ending eyes, just a body. Sleepless in dreams, moaning in awaking pleasures between my self and the world. For the structure of what begins. The substitute consequences of unforgiving acts of soft harsh burps of ideas. Running. The purpose. Self taken awareness of the function of the brain. Conscious. Unconscious. I take my hands to my face, covered up sadness of the happy feelings. Below the skin lays the truth. Unspoken def words, screams of sweet anxious grabs of the future desired by me. Spilled on the palm of these empty hands. The every day stab on the chest. I need to see it, the heart. Where it all hurts. Pumping into my veins. The bloody gasp of broken cells of success. It is still to come. But I already feel it. Confusion, motivation, strength that betrays the time. When does it come? It won’t go. It bruises from the inside. A packed up reality from hell, directly. Throw it away, there is only one finger pointing at me, my own.
The sicken lips, dried up, kept shut. By the means of pause, I stop. Congested over look of the real me. Enormous hidden potential, until the time comes. If known only to some, even less to me. Where does it go? To the end, and where it all begins. The fabulous life of me, the famous last words… the tragic death of a mark. Songs written about, pictures on the wall, a movie, biographies…
To be big in a small state of mind. The impression left untouched. A desperation tear, falling, transformed into the whole being. I am crawled in my cave, awaiting for the time that surrenders the world, my world. To come out and uncover the hidden, still unrecognised talents.
I sit in silence. Crawled up in my hands.

David Lynch

Esteve ali, mesmo à minha frente, em pessoa. Falou para mim, e para outros tantos que lá estavam também. Foi incrível. Ouvi-lo, olhá-lo. A forma como se expressava, como mexia as suas mãos enquanto verbalizava. Adorei. Foi único. Melhor, só mesmo passar um dia inteiro a conversar com ele.

Friday, November 16, 2007

Prólogo de um sonho

Uma casa, nove mulheres. Problemáticas, desajeitadas, infelizes, vestidas de igual. Um homem, a mesma casa. Uma casa robusta, pormenorizada, com uma escadaria que vem da porta da entrada de encontro a uma grande sala rodeada por um sofá. Quadros antigos forram as paredes, e desencontrado com uma decoração clássica está um painel de luzes néon com as palavras “s’être grand dans un état petit”.
A socorro das nove mulheres, para retirar o desespero dos seres, o homem vai chamando um amigo de cada vez, cada qual com o seu dom especial, todos diferentes, sem qualquer incentivo a actividades promíscuas, aqui as intenções não passam por esse caminho. E vão-se formando os casais, e as mulheres vão mudando, a roupa diferencia, a infelicidade desvanece, uma personalidade consolida-se, os problemas transformam-se.
Faltam três metamorfoses, e chega o contador da história que se vai seguir.
Depois do matemático, do cozinheiro, do realizador de cinema, do escritor, do filósofo, e do jardineiro, chega o músico e interrompe o desenvolver desta modificação. Uma estrutura baixa, cabelos e olhos claros. De um carácter tímido, a sua presença é subtil e quase imperceptível. Espera por ele uma bela viola que se deixa repousar no longo sofá. Ele vai cercando-a com o olhar mas ainda não se aproximou o suficiente para lhe tocar. É uma bela viola.
As conversas que ecoam a sala não se apercebem da presença do músico junto da viola. Pega-a com suavidade e senta-a no seu colo. Envolve-a com as suas mãos e deixa soar as notas musicais. A princípio com vergonha, mas à medida que criam uma relação a música envolve as paredes da casa e cobre as palavras faladas, tornando o silêncio das bocas em ouvidos atentos e deliciados. A música vai ondulando pela casa, e quando ele se apercebe que o mais ínfimo grão de pó se foca na sua incontestável figura, soltando as cordas vocais dá a conhecer a sua história. “nous ne pouvons pás prevenir que nous ne pouvons pás prédire” são misticamente as palavras que se iluminam agora no painel de néon, e as primeiras palavras que soam da sua boca. O seu sotaque é bem perceptível, de um leste europeu. O seu nome, Milos.

Sunday, November 04, 2007

Marcas que ficam em águas passadas

introdução:

E o sonho percorre o seu corpo indomável nas mãos bizarras de um violador. Vinda do Leste da Europa atrás da última esperança de poder alcançar uma vida, Jelena encontra-se agora perdida na obscuridade da mera sobrevivência. De uma beleza imensa, os olhos que por ela passam não resistem a seguir em frente, e compram-na. O prazer unilateral que apenas rende à mão pesada que vai deixando marcas no seu corpo. A rotina diária do trabalho forçado, de lágrimas de dor, de um ser humano quebrado. E o florear desta história acaba aqui, no princípio. Mas não nas palavras de Jelena, que mesmo com os sonhos envelhecidos e mortos, olha o mundo onde pensou chegar quando entrou na viajem enganosa de uma vida melhor.

(To be continued...)

Friday, November 02, 2007

Living Again

I am done. 100 % done. Over. Finished. And it feels great! It feels so good! I am happy as ever. Never again will you hurt, humiliate, despite me. Never again will I give in. You are mean, vicious. Angry and inhumane. I do not wish any harm to you, I hope you find your way and be happy. I am not painted in that picture anymore. Erased. I am back to reality, back on track, happy, enjoying life. I know what I want, I am surrounded by true friends, and that special one is right next to me again, and he makes me happy, puts sparkles in my eyes and a big smile on my face. I know my place. I am in my place, I left it for a while, thinking you were special. And you were for that while. But not anymore, those days are over. I will keep it in memory, because that is all it is. A memory of the past. And me… I am living again.

Wednesday, October 31, 2007

"What Goes Around... / ...Comes Around Interlude"

Hey girl, is he everything you wanted in a man?
You know I gave you the world
You had me in the palm of your hand
So why your love went away
I just can't seem to understand
Thought it was me and you babe
Me and you until the end
But I guess I was wrong

Don't want to think about it
Don't want to talk about it
I'm just so sick about it
Can't believe it's ending this way
Just so confused about it
Feeling the blues about it
I just can't do without ya
Tell me is this fair?

Is this the way it's really going down?
Is this how we say goodbye?
Should've known better when you came around
That you were gonna make me cry
It's breaking my heart to watch you run around
'Cause I know that you're living a lie
That's okay baby 'cause in time you will find...

What goes around, goes around, goes around
Comes all the way back around
What goes around, goes around, goes around
Comes all the way back around
What goes around, goes around, goes around
Comes all the way back around
What goes around, goes around, goes around
Comes all the way back around

Now girl, I remember everything that you claimed
You said that you were moving on now
And maybe I should do the same
Funny thing about that is
I was ready to give you my name
Thought it was me and you, babe
And now, it's all just a shame
And I guess I was wrong

Don't want to think about it
Don't want to talk about it
I'm just so sick about it
Can't believe it's ending this way
Just so confused about it
Feeling the blues about it
I just can't do without ya
Can you tell me is this fair?

Is this the way it's really going down?
Is this how we say goodbye?
Should've known better when you came around (should've known better that you were gonna make me cry)
That you were going to make me cry
Now it's breaking my heart to watch you run around
'Cause I know that you're living a lie
That's okay baby 'cause in time you will find

What goes around, goes around, goes around
Comes all the way back around
What goes around, goes around, goes around
Comes all the way back around
What goes around, goes around, goes around
Comes all the way back around
What goes around, goes around, goes around
Comes all the way back around

What goes around comes around
Yeah
What goes around comes around
You should know that
What goes around comes around
Yeah
What goes around comes around
You should know that

Don't want to think about it (no)
Don't want to talk about it
I'm just so sick about it
Can't believe it's ending this way
Just so confused about it
Feeling the blues about it (yeah)
I just can't do without ya
Tell me is this fair?

Is this the way it's really going down?
Is this how we say goodbye?
Should've known better when you came around (should've known better that you were gonna make me cry)
That you were going to make me cry
Now it's breaking my heart to watch you run around
'Cause I know that you're living a lie
But that's okay baby 'cause in time you will find

What goes around, goes around, goes around
Comes all the way back around
What goes around, goes around, goes around
Comes all the way back around
What goes around, goes around, goes around
Comes all the way back around
What goes around, goes around, goes around
Comes all the way back around

[Comes Around interlude:]

Let me paint this picture for you, baby

You spend your nights alone
And he never comes home
And every time you call him
All you get's a busy tone
I heard you found out
That he's doing to you
What you did to me
Ain't that the way it goes

When you cheated girl
My heart bleeded girl
So it goes without saying that you left me feeling hurt
Just a classic case
A scenario
Tale as old as time
Girl you got what you deserved

And now you want somebody
To cure the lonely nights
You wish you had somebody
That could come and make it right

But girl I ain't somebody with a lot of sympathy
You'll see

(What goes around comes back around)
I thought I told ya, hey
(What goes around comes back around)
I thought I told ya, hey
(What goes around comes back around)
I thought I told ya, hey
(What goes around comes back around)
I thought I told ya, hey

[laughs]
See?
You should've listened to me, baby
Yeah, yeah, yeah, yeah
Because
(What goes around comes back around)
[laughs]

Sunday, October 28, 2007

Não sei... mas voltei.

Aqui outra vez, mas outro tempo, outra hora. O carro, a conversa, o rádio ligado, um cigarro fumado. Lembranças do passado, memórias do futuro. As palavras trocadas, o toque de uma mão, os olhares cruzados que não sabem esconder o desejo. O querer gostar, querer estar apaixonado mais uma vez, porque já se esteve e não se esteve. As vozes que contam as dores do que passou, que mostram as feridas cicatrizadas de uma história que nunca acabou. E continua. E queremos que continue, queremos que assim seja, queremos saber o que vem a seguir, o que pode vir, os sonhos que ficaram. Conversas, olhares, as músicas lembradas e que fazem lembrar vão formando a banda sonora deste filme. “Esta música faz-me lembrar de ti, esta parte: ‘…Yes you can hold my hand if you want to / 'Cause I want to hold yours too…’ não sei porquê, mas faz…”. O tempo correu por nós, deixou-se passar, e crescemos juntos nele, longe um do outro, e deixámos de ser crianças com medos escondidos, agora somos adultos, e voltámos aqui. Outra vez estamos aqui, e num esticar de braço deixa pousar os dedos na minha cara. Essas mãos que deixaram de ter dedos ruídos. As gargalhadas ouvem-se no meio das frases. Não há desconforto, apenas a ideia que ele existe é perguntada entre nós, só para ter a certeza. Porque o tempo que passou foi longo, tempos de silêncio, de ciúmes, de discussões, de desilusões. Mas alguma coisa é mais forte que nós, porque ficou sempre esse inexplicável sentimento que não se deixa saber o que é, não se forma em palavras, e apenas se pode dizer: “Não sei.”. Mas desta vez é um “não sei” certo, um “não sei” presente, calmo, sincero. E gosto que estejas aqui comigo outra vez. Gosto. Apesar de tudo, sempre quisemos voltar aqui. Secretamente sempre dissemos em palavras não ditas um ao outro que queríamos voltar aqui. E não vou falar no destino, não o encaixo neste espaço. Para trás ficaram histórias bonitas, especiais, fortes. Nomes que nunca serão esquecidos. Mas curiosos um com o outro, voltamos aqui. Sempre soubemos que voltaríamos.

Saturday, October 27, 2007

Tropa de Elite


Saiu a 5 de Outubro no Brasil, e a 25 de Janeiro (2008) está previsto ser lançado nos E.U.A. Mas infelizmente parece que não vai chegar aos cinemas de Portugal. Para quem viu e gostou do filme “Cidade de Deus”, o filme brasileiro sobre o mundo das favelas, tem agora “Tropa de Elite”. O filme é sobre a visão do lado dos polícias. Não os polícias normais mas sim as forças especiais do Rio de Janeiro, os BOPE (Batalhão de Operações Policiais Especiais), que entram pelas favelas para acabar com o tráfico, diminuir o número de armas de fogo, e tentar controlar os polícias corruptos. A história decorre no ano de 1997, mesmo antes da visita do Papa à cidade. E o papel do Batalhão é reduzir o perigo no local onde o Líder Religioso vai ficar, que é no meio das favelas. Com mais uma excepcional representação de Wagner Moura, que entra como o Capitão Nascimento. E conta também com mais caras conhecidas, tanto do cinema como das novelas brasileiras. Foi escrito por Bráulio Mantovani, José Padilha e Rodrigo Pimentel. Realizado por José Padilha.



A não perder se possível.


Sometimes you love someone so much that you have to be numb to it, ‘cus if you really felt it, it would kill you.

Thursday, October 25, 2007

"Good Girl Gone Bad"

We stay moving around, solo
Ask us where you at, we don't know
And don't care (don't care)
All we know is we was at home cause you left us there
You got your boys and got gone
And left us all alone
Now she in the club with a freaky dress on
Cats don't want her to keep that dress on
Trying to get enough drinks in her system
Take it to the tely and make her a victim

Patron on brain, ball play you in the face
They shake the spot, she's just another case

[Chorus]
Easy for a good girl to go bad
And once we gone (gone)
Best believe we've gone forever
Don't be the reason
Don't be the reason
You better learn how to treat us right
'Cause once a good girl goes bad
We gone forever

He's staying with a flock of them, oh, yeah
Got a girl at home but he don't care
Won't care (won't care)
All he'll do is keep me at home, won't let me go no-where
He thinks because I'm at home I won't be getting it on
And now I'm finding numbers in the jacket pockets
Chicks calling the house, non stop its
Getting out of control
Finally I can't take no more
He finds a letter on the stairs, saying this is the end
I packed my bag and left with your best friend

[Chorus]
Easy for a good girl to go bad
And once we gone (gone)
Best believe we've gone forever
Don't be the reason
Don't be the reason
You better learn how to treat us right
'Cause once a good girl goes bad
We gone forever

We stay moving around, solo
Ask us where you at, we don't know
And don't care (don't care)
All we know is we was at home cause you left us there
You got your boys and got gone
And left us all alone

[Chorus]
Easy for a good girl to go bad
And once we gone (gone)
Best believe we've gone forever
Don't be the reason
Don't be the reason
You better learn how to treat us right
'Cause once a good girl goes bad
We gone forever

We're gone forever
We're gone forever

Wednesday, October 24, 2007

awakening dilettantes

"Welcome to my warehouse" i miss you, moved on, but miss you, still friends, and that's good, so good. i like to hear your voice. i like your smell. i like the way you look. i like when you hug me. i love your brain. i like when you look me in the eyes. i hate when you treat me bad. i hate when you put yourself down. i like when you make jokes. i like you, and i like to have you in my heart. i like to love you. i like that i moved on. i like to need you. i like when you call. and i like that i can say all these things. my sweet, most of all i like you, love you. a kiss my friend

Saturday, October 20, 2007

Mais fotografias?...

...Esta chega. Para quê mais? É uma boa fotografia.

Tuesday, October 16, 2007

Dobra
Dá-me a mão
Dá-me um beijo
Diz que precisas de mim
Diz que me vais amar
Faz-me acreditar
Faz-me sorrir
Agarra o meu coração
Dou-te a minha alma
Agarra o meu amor
Dou-te a minha vida
Beleza humana de rara existência, olhos de paz que me tomam por inteiro. Palavras que não pronuncias, sentimentos que me fazes pensar possuir. Adorava não ter existencialismo e poder escrever palavras bonitas. Mas mesmo assim, existindo, não consigo largar o papel... Não me vou reinar por contos e maravilhas, e não vou morrer de desgosto. Vou viver sim, vou escrever e sorrir.

Monday, October 15, 2007

"Entia non sunt multiplicanda praeter necessitatem"
lâmina de Occam

Thursday, October 11, 2007

Verdades de Mim

Dói. Dói muito, e dói mesmo. Achava que tinha tudo controlado, esqueci-me da dor. Essa dor. Menosprezei essa dor que me mata lenta e descaradamente. Que me vai consumindo a sanidade, que me faz rir quando quero chorar, parar quando quero andar, calar quando quero berrar, morrer quando quero viver! Não estou louca porque sei que estou louca. A loucura já me invadiu, já me derrubou, e no chão rastejo calmamente. Deixo a poeira dos paços de quem passa por mim cobrir-me, vai cobrindo o meu corpo. Essa gente já me vê mal, se a poeira me tapar deixaram de ver por completo. Assim não terei de explicar o porquê. Ninguém fala com quem não está ali, só os loucos. E é apenas com eles que quero falar, serão os únicos que me conseguiram ver. Na loucura, a minha loucura. É descontrolada essa mão que me esmaga! E sou eu que a deixo esmagar, desisti. A força pela qual me conheciam foi deliberadamente guardada, escondida. E o esquecimento leva a que a procura por ela desvaneça. Fui condenada, morta, mas permaneço cobardemente aqui. Rasguei das minhas costas as asas que me faziam ir longe, destruí o brilho dos meus olhos, arruinei o belo sorriso da minha boca, e tudo por mãos alheias às minhas. Nem um raio de luz, a escuridão cega-me. E a única forma de estar é atirar-me contra às paredes. E nem assim sinto o meu corpo. Horas de solidão são a comédia dos meus pensamentos mórbidos, rompe-se a moribunda gargalhada destes pulmões secos de gritos, berros, orações e pedidos de socorro. Sou o monstro que vejo no espelho, o monstro que sempre quis esconder de mim e dos outros. Fartou-se do silêncio e num acto de sanidade louca queimou-me a pele humana, arrancou-me os cabelos, deixou-me despida de vida. As noites de sono acabaram, são longas, e os sonhos não deixam escapar uma gota de descanso. Os dias são curtos de mais para que não possa tropeçar numa esperança, num sorriso, numa vida. Desonro esse ser meu, deito-o no lixo, espezinho, aponto o dedo e viro-lhe as costas. Desprezo, esse monstro não tem dignidade. Não tem valor. É garantir a morte eterna, no inferno da espera pela última gota, o último suspiro, o último toque… e saber que nunca virá. Que na morte já se vive, inconsciente da forma como respiro, nem sei se ainda bate um coração, não há sangue para escorrer nas veias. É escuro este canto, já o disse. É frio, duro, desconfortável, barulhento e cuidadosamente silencioso para que tudo leve à loucura, é vazio, assustador, morto. É a auto mutilação de um espelho partido por uma imagem tão aterradoramente insuportável que nem um cego suportaria o seu reflexo. É podre, muito podre. Maligno, terminal. O mais vital dos venenos para quem deseja uma morte certa, lenta, corrosiva, sôfrega. Não para obter um perdão pelos pecados, não para ser mártir. Mas porque não existe forma de tão desumano, perverso, e pavoroso “ser” ter outro fim.